A guerra contra os vídeos falsos

Quem assistia àqueles filmes de ficção dos anos 90, nos quais os vilões criavam vídeos e imagens falsas para incriminar o protagonista, não imaginava que chegaríamos a essa realidade tão rapidamente. Dia após dia, a internet – especialmente as redes sociais – se torna o meio de divulgação de milhares de notícias falsas em texto, imagem e, agora, também em vídeos.
Trata-se de uma tecnologia conhecida como “deepfake”, que faz uso de inteligência artificial para (IA) para produzir vídeos falsos envolvendo políticos, celebridades e até pessoas comuns, com o objetivo de criar uma notícia e/ou situação que beneficie alguém ou um grupo.
Portanto, apesar de ter seu lado positivo, toda essa revolução tecnológica passou a exigir mais e mais cuidado e discernimento do usuário para que não seja enganado. E o mesmo vale para quando você está se divertindo com seus jogos preferidos de cassino ou roleta online, busque sempre plataformas confiáveis e certificadas, como o JackpotCity.
Como surgiu o deepfake?
A primeira menção ao termos deepfake, que em português seria algo próximo de “falso em profundidade”, ocorreu no famoso fórum online Reddit, quando um usuário utilizando esse termo como seu nome na rede começou a postar vídeos falsos de celebridades em cenas de caráter íntimo, no fim de 2017.
A partir de uma técnica de aprendizado de máquina (machine learning), programas reúnem imagens e clipes de pessoas públicas e, com essa informação, são capazes de imitar as feições de outras pessoas em vídeos, podendo, portanto, substituí-las. Você pode pensar nisso como uma grande base de dados de som e imagem, tão robusta que o computador consegue sobrescrever expressões de outras pessoas em um vídeo.
Sabemos que o cinema e a indústria audiovisual já fazem uso de técnicas similares há anos, porém o que chama a atenção para o deepfake é o fato de ser tão acessível quando comparado a tecnologias similares. Não é preciso uma grande máquina nem muitos recursos para produzir deepfakes, e há muito material disponível na internet.

Os riscos da tecnologia
Como você já deve estar imaginando, os riscos vão muito além de reputações manchadas. O avanço da tecnologia e da prática de vídeos falsos, ou até mesmo imagens e textos, pode alterar resultados de eleições políticas e causar enorme impacto em países inteiros. Por mais que os vídeos não sejam perfeitos, são suficientes para enganar os mais desatentos ou aqueles que não tem tanta familiaridade com tecnologia.
Há também um gigantesco debate ético, pois envolver pessoas em situações nas quais elas não participaram traz consequências individuais, seja essa pessoa famosa ou anônima. Para não cair nessas armadilhas, sempre preste bastante atenção a bocas e olhos, pois são as regiões mais difíceis de sincronizar. A tonalidade da voz também pode ser um bom alerta.
O plano de contenção do Facebook
Com a chegada das eleições americanas de 2020 e dada a seriedade da situação, o Facebook, empresa por trás das maiores redes sociais do mundo, está desenvolvendo um plano de ação para eliminar os vídeos falsos de suas plataformas. Afinal de contas, o próprio Mark Zuckerberg, fundador da empresa, já foi alvo da tecnologia.
Com isso, o Facebook assume uma posição diferente daquela do passado, quando a empresa apenas deixava de indicar ou dar relevância a um vídeo reconhecido como falso. Através do blog da plataforma, a empresa informou que, em 2020, irá – de fato – remover vídeos que foram modificados através de inteligência artificial.
Apesar dos esforços, muito se discute em relação à eficácia do posicionamento. Como será feito esse controle? Haverá funcionários responsáveis pela a averiguação de denúncias e filtragem de conteúdo? Além disso, a nota do Facebook apenas cita vídeos alterados a partir de inteligência artificial, mas há outras formas de produzir notícias e vídeos falsos, que não foram contempladas até o momento pela empresa.