Uma nova internet... das pessoas?

No princípio, seu computador possuía internet. Pouco depois, seu celular também passou a contar com o recurso. Logo vieram os videogames, tablets e as smart TVs. Atualmente, aparelhos de som, controladores multimídias (os homepods) e até mesmo geladeiras estão conectadas a serviços pela internet. É o que chamamos, em certa medida, de internet das coisas.
Porém, todo esse avanço na conectividade trouxe mudanças nas relações humanas e no próprio ambiente que não são totalmente benéficas. Não é preciso ir muito longe para presenciar uma situação na qual a internet e suas ferramentas parecem interferir em questões de forma bastante irresponsável e unilateral, como os casos de mineração de dados privados e disseminação de notícias falsas.
Em meio a esse cenário, estudiosos se perguntam se não chegou a hora de pensarmos em uma internet das pessoas (IoP – internet of people) ao invés de uma internet voltada a coisas. Ao colocar o usuário em primeiro lugar, questões éticas poderiam ganhar maior relevância e você navegaria com mais segurança, assim como quando está se divertindo com os jogos de roleta online no JackpotCity.
Quais problemas enfrentamos?
Conforme comentamos anteriormente, é inegável todos os benefícios trazidos pelos avanços da rede. Mas isso não significa que a tecnologia não possa ser alvo de críticas, e é isso que muitos pesquisadores e até usuários estão fazendo. Diversas são as questões levantadas, mas citaremos algumas:
Privacidade – certamente, esse é um dos pontos mais criticados em relação ao avanço da internet e da abordagem IoT (internet das coisas). Estamos rodeados de dispositivos que registram o que falamos, o que compramos e locais que frequentamos, e utilizam esses dados para publicidade (na melhor das hipóteses). Cada vez mais, o usuário perde o controle sobre seus dados.
- Anonimato – a internet, em especial as redes sociais, acabaram se tornando palco para discursos de ódio e preconceito, uma vez que usuários facilmente podem se esconder atrás de um username e evitar qualquer tipo de confronto.
- Comodismo – questões de extrema importância social, que antes levavam pessoas as ruas protestar por seus direitos ou tomarem algum tipo de atitude, estão cada vez mais limitadas ao ativismo da hashtag, no qual fazer uma publicação em rede social parece ser o ápice de suporte a uma causa.
- Disseminação de notícias falsas – possivelmente, o próximo grande obstáculo que nossa sociedade enfrentará (e já enfrenta). O acesso facilitado e amplo à tecnologia tornou a internet o local perfeito para disseminar notícias, áudios e vídeos falsos, o que compromete, inclusive, eleições e democracias.
Da IoT à IoP – coisas para pessoas
Pensando nos problemas acima e em muitos outros, mas sem perder de vista os benefícios que uma sociedade conectada traz (e pode trazer ainda mais), pesquisadores começaram a discutir como revolucionar a internet que conhecemos em busca de um novo conceito mais voltado para as necessidades e direitos do usuário.
Nesse cenário, a internet ideal seria aquela na qual toda informação é verificada pelas hospedagens – como o Facebook – em busca de notícias falsas; os termos de privacidade seriam claros e os métodos não invasivos; a privacidade seria restaurada ao mesmo tempo em que o anonimato não mais fosse uma possível saída para o crime cibernético.
O debate foi tema de uma palestra no IT Forum X, em outubro de 2019, em São Paulo. Souvenir Zalla, CEO do Edge Group, discutiu como a transição da IoT para a IoP seria feita do ponto de vista dos benefícios para o usuário, propiciando uma maior integração entre pessoas e serviços. Para o empresário, a neurociência é a resposta para dar o próximo passo em direção a uma nova internet.
Agora, basta saber se a parte que diz respeito à privacidade e demais problemas será, de fato, abordada com a mesma motivação. E você, abriria ainda mais mão da sua vida privada para obter mais praticidade ou é do time que acredita que a revolução deve beneficiar o internauta enquanto cidadão?