Vila é construída na França para pessoas diagnosticadas com Alzheimer

De acordo com a rede britânica BBC, já foram iniciadas as construções de uma pequena vila, no sudoeste da França, dedicada exclusivamente a receber pacientes com Alzheimer. Esse projeto foi idealizado pelo ministro francês Henri Emmanuelli, que se inspirou em uma ideia bastante similar que já havia sido colocada em prática na região de Weesp, na Holanda.
Dentro dessa vila, as pessoas diagnosticadas com Alzheimer terão a liberdade de circular a vontade, o que segundo os médicos, ajudará na redução dos níveis de ansiedade observados nesses pacientes. A primeira vista, a planta do local se parece com um complexo residencial tradicional em que, além das casas, também é possível encontrar lojas, salão de beleza, academia e uma biblioteca.
Desse modo, os pacientes com Alzheimer poderão levar uma vida mais próxima do normal e fora de um hospital, sendo possível praticar alguma atividade, como andar de bicicleta, ou ainda descobrir um novo hobby, como jogar jogos de cassino online. A diferença é que, para a segurança dessas pessoas, elas serão monitorados por médicos e precisarão permanecer dentro da vila.
Modo de funcionamento
Em um primeiro momento, a vila irá receber 120 pacientes com Alzheimer dispostos a adotar esse tratamento alternativo, sem o uso de medicamentos, além de mais de 100 cuidadores que irão utilizar roupas do dia a dia, para garantir que a realidade dos pacientes seja o mais normal possível. Além disso, a previsão é de que as obras no local, cujo orçamento é de cerca de US$ 23 milhões, sejam concluídas no final de 2019.
Em conjunto com a vila, também está sendo construído um moderno centro de pesquisas, no qual os médicos irão estudar e analisar o progresso da doença em cada paciente, para depois comparar os resultados obtidos com os tratamentos convencionais, que optam pelo uso de remédios fortes para o controle do Alzheimer. Esses médicos irão viver na vila junto com os residentes, para tornar o processo de pesquisa mais eficaz.
Segundo médicos especialistas em Alzheimer, caso esse tratamento apresente resultados positivos, o método poderá revolucionar a qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com a doença. Somente na França, estima-se que cerca de um milhão de pessoas tenham Alzheimer, com mais de duzentos mil novos casos diagnosticados a cada ano.
Experiência similar bem-sucedida na Holanda
Um experimento adotado há alguns anos na Holanda foi o que inspirou a proposta que será implantada na França. Nesse projeto, os idealizadores também tinham o objetivo de criar um ambiente amigável, seguro, e próximo do normal para um grupo de pacientes com Alzheimer. Para isso, também foram inseridas atividades variadas para estimular as interações sociais entre os residentes.
No supermercado do local, por exemplo, as contas eram pagas para os pacientes caso eles saíssem sem passar pelo caixa. Contudo, esse projeto não foi desenvolvido em conjunto com um centro de pesquisas como o que está sendo feito na França, o que acabou limitando a possibilidade de estudar a fundo os resultados conquistados com esse método de tratamento não-convencional.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 25 milhões de pessoas possuem Alzheimer no planeta. Até 2030, esse número pode superar 60 milhões, devido ao rápido envelhecimento da população. Portanto, é essencial encontrar alternativas para o tratamento da doença enquanto não existir uma cura.