Tecnologia de sensor de movimentos do Google recebe aprovação nos EUA

No início de janeiro, o Google conseguiu a aprovação da FCC (sigla em inglês de Federal Communications Commission), que é o órgão dos Estados Unidos responsável pela regulamentação da área de radiodifusão e telecomunicações, para dar continuidade ao Projeto “Soli”, uma tecnologia em fase de desenvolvimento da empresa que consiste em sensores para dispositivos móveis capazes de identificar gestos feitos com a mão, sem a necessidade do toque.
Esse projeto foi idealizado inicialmente no ano de 2015 pela equipe de Tecnologia e Projetos Avançados do Google (ATAP), e permaneceu por quatro anos à espera da autorização necessária para continuar sendo desenvolvido até ser eventualmente lançado no mercado.
O que levou esse processo de aprovação a ser tão demorado foi um impasse criado pelo Facebook, que alegou que essa tecnologia do Google, por utilizar radares potentes, poderia atrapalhar o funcionamento de outros dispositivos próximos. Para resolver a questão, o Google concordou em utilizar radares com menos potência nesse projeto.
Como funciona a tecnologia do Projeto “Soli”
O grande diferencial dessa tecnologia criada pelo Google é o fato dela ser capaz de aprimorar o reconhecimento de micro-movimentos pelo uso de radares, criando uma interação através de sinais com as mãos e diferentes tipos de dispositivos móveis. Por serem utilizados radares bem pequenos, acredita-se que essa tecnologia possa ser implantada até mesmo em aparelhos como os smartwatches. Além deles, smartphones e caixas de som também são algumas das opções mais prováveis para receber essa tecnologia.
Em um vídeo divulgado ainda em 2015 por Ivan Pouyrev, criador do Projeto “Soli”, ele explicou que a motivação para o desenvolvimento dessa tecnologia era permitir que os gestos manuais pudessem ser incorporados ao mundo virtual.
De acordo com ele, o Google espera implantar a tecnologia em microchips de apenas 8x10 milímetros. Ivan ainda destacou que a capacidade de reduzir uma inovação tão poderosa a um pequeno chip é o principal fator capaz de tornar essa tecnologia revolucionária nos próximos anos. Sendo assim, tudo indica que futuramente será possível navegar na internet sem utilizar o toque, tornando experiências como jogar em cassinos online ainda mais reais e surpreendentes.
Histórico de projetos desenvolvidos pela ATAP
No decorrer dos últimos anos, a área de Tecnologia e Projetos Avançados do Google anunciou diversas propostas interessantes, os quais receberam ampla cobertura da mídia e foram bastante especuladas pelos entusiastas em tecnologia na internet. Algumas dessas propostas acabaram sendo engavetadas, enquanto outras de fato chegaram ao mercado. Conheça a seguir os exemplos mais conhecidos.
- Projeto Ara
Essa iniciativa foi apresentada primeiramente pelo Google em 2013, na época em que a gigante em tecnologia havia adquirido a Motorola. De forma geral, o Projeto Ara previa a criação de um smartphone modular, e foi anunciado como uma forma de inovar a relação entre os usuários e os seus celulares, permitindo que os clientes pudessem escolher detalhes como a aparência do dispositivo, os componentes utilizados, o seu tempo de duração, e inclusive o valor final, de acordo com cada uma dessas escolhas. A ousadia desse projeto, possivelmente, foi o fator que dificultou a sua aplicação, e ele acabou sendo deixado de lado em 2016.
- Projeto Jacquard
Esse projeto surgiu de uma parceria entre o Google e a Levis para criar uma jaqueta inteligente, com características similares a de um gadget. Para criar um tecido sensitivo ao toque, a equipe do Google utilizou cabos condutores de energia compactos, para assim manter a aparência visual do material. O resultado foi surpreendente e revolucionou esse mercado de "roupas inteligentes", abrindo espaço para criações futuras que permitam atender o celular ou trocar de música somente com o tecido das roupas.
- Projeto Tango
Uma das propostas mais aclamadas do Google nos últimos anos, o Projeto Tango prevê a criação de um smartphone capaz de mapear o espaço ao seu redor em 3D, expandindo o potencial de realidade aumentada que existe atualmente. Para chegar a um protótipo, a equipe de Tecnologia e Projetos Avançados do Google passou anos desenvolvendo patentes ligadas a robótica, o que evidencia o nível de complexidade e inovação dessa proposta.
- Projeto Abacus
Essa foi uma proposta do Google que pretendia revolucionar o processo de autenticação dos smartphones. Para isso, a empresa propôs um método totalmente novo, que utilizaria os sensores do aparelho, como a câmera frontal, o microfone e o GPS, para identificar quem autenticar o usuário de forma mais segura e sem a exigência de senha. Porém, especula-se que a sobrecarga que esse método provocaria na bateria dos aparelhos culminou no engavetamento da ideia.